Spotify terá avisos em podcasts sobre covid-19

Spotify terá avisos em podcasts sobre covid-19, após críticas e polêmica. O Spotify disponibilizará links em todos os podcasts que mencionem a covid-19, com a intenção de levar seus usuários a informações cientificamente confiáveis, anunciou seu fundador e CEO, Daniel Ek, em um comunicado divulgado neste domingo, 30.

O posicionamento, porém, não faz menção direta à polêmica envolvendo Joe Rogan e músicos, como Neil Young, que têm retirado suas músicas da plataforma em boicote. Vale lembrar que outras plataformas, como o YouTube, o Instagram e o Twitter já contam com mecanismo semelhante há bastante tempo.

“Em nosso âmago, acreditamos que ouvir é tudo. Pegue quase qualquer tema e você vai encontrar pessoas com opiniões em cada um de seus lados. Pessoalmente, há diversos indivíduos e visões no Spotify com as quais eu discordo com força. Nós sabemos que temos um papel crítico em apoiar a liberdade de expressão de um criador enquanto balanceamos isso com a segurança de nossos usuários. Neste papel, é importante para mim que não tomemos a posição de sermos censores de conteúdo, enquanto também garantamos que hajam regras em vigor e consequências para quem for violá-las”, escreveu Ek.

Na sequência, anunciou a publicação de regras de longa data da plataforma, que teriam sido elaboradas pela equipe do Spotify com “especialistas externos” e atualizadas regularmente, disponibilizadas em seu site. “Nós estamos trabalhando para acrescentar um aviso de conteúdo para qualquer episódio de podcast que inclua uma discussão sobre covid-19. Esse aviso direcionará os ouvintes ao nosso hub dedicado à covid-19, uma fonte que providencia acesso fácil a fatos embasados em dados, informações atualizadas conforme compartilhadas por cientistas, médicos, acadêmicos e autoridades públicas de saúde ao redor do mundo, assim como links para fontes confiáveis”, prossegue.

Além disso, Daniel ressaltou que o Spotify deve conversar com todos os criadores de podcasts para que eles respeitem as diretrizes da plataforma. Por enquanto, nada foi informado sobre a exclusão de conteúdo antivacina.

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Os artistas e diversos usuários da plataforma começaram a cancelar suas assinaturas nos Estados Unidos e Europa. Como consequência, o Spotify já perdeu US$ 4 bilhões em valor de mercado.

Na última sexta (28), a cantor americana Joni Mitchell publicou uma breve nota em seu site, afirmando que vai retirar o seu catálogo musical do Spotify, seguindo atitude do músico Neil Young, que repudiou a permanência do podcast “The Joe Rogan Experience” na plataforma, que sustenta fake news sobre a pandemia de Covid-19.

Mitchell, autora de sucessos como “Big Yellow Taxi” e “A Case of You”, soma cerca de 4 milhões de ouvintes mensais no Spotify e, até a publicação desta reportagem, suas músicas seguem disponíveis na plataforma. As de Young foram removidas, ainda que ainda seja possível acessar o seu perfil e ouvir alguns de seus maiores sucessos, embutidos em alguns álbuns de trilhas sonoras.

Entre os impactos dessa debandada — à parte a provocação da Apple Music para o Spotify —, usuários se movem nas redes sociais promovendo a saída da plataforma, e a as ações da empresa seguiram em queda, perdendo até US$ 4 bilhões em valor de mercado. Correm rumores ainda de que a banda Foo Fighters planeja tomar uma atitude semelhante à de Young e Mitchell.

O Spotify disse já ter removido mais de 20 mil episódios com fake news sobre Covid desde o início da pandemia. Ainda assim, o programa que provocou a polêmica — publicado em 31 de dezembro, uma entrevista com o médico Robert Malone, negacionista que já protagonizou diversos vídeos virais — segue na plataforma.

Afinal, o streaming tem um contrato de exclusividade no valor de US$ 100 milhões com Joe Rogan desde maio de 2020. O episódio em questão, porém, já foi removido de plataformas como o YouTube.

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Fonte: Tudo Celular, Gauchazh.

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