Policial atira durante protesto de mulheres diante de delegacia em Paraty

Uma manifestação de mulheres contra o feminicídio, ocorrido nesta segunda-feira, em frente à delegacia de Paraty, na Costa Verde do Rio, terminou de forma violenta. Um policial deu dois tiros de fuzil no chão, aparentemente para dispersar o grupo. Ninguém ficou ferido. A Polícia Civil informou que instaurou um procedimento para apurar a conduta do agente.

Um vídeo do momento em que o policial sai da 167ª DP foi postado no perfil do Instagram “Mulheres pela vida Paraty”. Nas imagens, é possível ver o agente deixando a delegacia, sem máscara, e fazendo os disparos perto de onde estavam mulheres. A maioria sai correndo.

Depois de dar os tiros, o homem começa a arrancar os cartazes colados na porta da unidade policial. Ele, então, pendura o fuzil no pescoço e parece gritar com algumas mulheres. Em seguida, arranca mais cartazes.

A manifestação começou às 14 horas, reunindo certa de 100 mulheres em frente à Câmara dos Vereadores da cidade, com o objetivo de pressionar o poder público pela criação do Observatório de Feminicídio de Paraty. O projeto, em votação naquela tarde, foi aprovado. À essa reivindicação central, uniram-se outras pautas, como o melhor atendimento para os casos de violência contra a mulher e a punição de um homem acusado de agressão e tentativa de estupro conta duas mulheres. O caso aconteceu no último dia 3 de maio na praia de Antigos, na região da comunidade do Sono, a cerca de 35 km de Paraty.

📷 Policial atira durante protesto de mulheres diante de delegacia em Paraty | Ponte Denuncia – Youtube

“O principal motivo é a punição do cara que tentou estuprar as meninas. Mas aqui não tem acolhimento, não tem delegacia da mulher. Para fazer corpo de delito tem que ir para o Perequê (bairro que fica a cerca de 40 km de Paraty) ou para Angra (dos Reis). A gente não pode andar na rua porque eles (os agressores) estão na rua? Não pode acampar no Sono porque eles ainda estão lá?”, questiona Inah Ribeiro, cozinheira, que participou da manifestação.

Depois da pressão diante da Câmara dos Vereadores, o grupo de manifestantes seguiu em caminhada até a porta da delegacia entoando palavras de ordem. Quando algumas mulheres começaram a colar cartazes na porta de entrada, o policial saiu diante do prédio e efetuou os disparos.

“Eu já passei por uma experiência, sofri violência doméstica e a investigadora questionou por que eu estava num relacionamento abusivo”, relata uma mulher que pediu para não ser identificada, apontando o descaso no atendimento. No início de 2020, ela diz ter sido fisicamente agredida por um companheiro. A reportagem teve acesso ao boletim de ocorrência. De acordo com a vítima, o agressor nunca chegou a ser ouvido pela polícia e ela nunca teve qualquer resposta sobre o caso.

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Fonte: Yahoo, Ponte.

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