Pandemia impacta ensino nas escolas rurais

Pandemia impacta ensino nas escolas rurais, apresentando maior dificuldade em oferecer educação por tecnologia. Dessa maneira, se nas cidades, a falta de dispositivos e de conexão à internet é um problema, no campo, o desafio é maior. Na pandemia, essa situação ficou ainda mais evidente.

Outro desafio no campo é a falta de habilidade para realizar atividades educacionais com os alunos por meio do uso de tecnologias, apontada por 76% dos professores. Nas cidades, esse problema foi destacado por 66% dos docentes.

“As escolas rurais ainda têm uma questão a mais em relação à conectividade. Em algumas regiões onde estão localizadas as escolas, não há acesso à internet de boa qualidade ou mesmo não há acesso à internet. A oferta de planos de banda de larga e de conexão nessas regiões é mais limitado. Então, de fato, nas escolas rurais, nós temos uma situação mais crítica em relação ao uso das tecnologias”, diz a coordenadora da pesquisa, Daniela Costa.

As informações são da TIC Educação 2021, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), divulgada nesta terça-feira (12). Portanto, pela primeira vez, o estudo coletou dados sobre os professores que lecionam em escolas localizadas em áreas rurais.

📷 Pandemia impacta ensino nas escolas rurais | Centro de Referências em Educação

Censo da Educação Básica

De acordo com os últimos dados do Censo da Educação Básica do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), de 2021, o Brasil tem 178 mil escolas, que atendem 46,6 milhões de estudantes. Dentre elas, 53,5 mil estão em área rural, sendo a maioria, 47,6 mil, escolas públicas municipais.

Ao todo, 5,4 milhões de crianças e adolescentes estão matriculados nessas instituições.

A TIC Educação, de âmbito nacional, entrevistou, por telefone, 1.865 professores que representam os docentes de escolas públicas e particulares, urbanas e rurais do país.

As entrevistas foram feitas entre setembro de 2021 e maio de 2022.

Retomada de aprendizagem

Daniela explica que a coleta dos dados da pesquisa se deu em um momento de transição, onde havia diversas estratégias de ensino e aprendizagem em andamento. A maior parte dos professores entrevistados (91%), tanto de escolas urbanas quanto rurais, estava em escolas de regime híbrido, ou seja, com atividades presenciais e remotas.

Segundo a coordenadora da pesquisa, as tecnologias seguem e seguirão sendo usadas para aprendizagem nas escolas e, por isso, é preciso um melhor preparo. Quase a totalidade, 93% dos professores, afirmou que um dos desafios enfrentados a partir da pandemia é a defasagem na aprendizagem dos estudantes.

Portanto, nessa recuperação, uma das estratégias mais usadas é a combinação de aulas de recuperação presenciais e remotas com o uso de tecnologias digitais, como apontado por 58% dos professores.

A indicação maior agora é de plataformas educacionais, mais que por exemplo, as redes sociais. “Quando estamos falando de educação planejada, o melhor é ter recursos educacionais mais adaptados à realidade das escolas e dos estudantes”, diz Daniela.“Recursos adaptados especificamente para a educação, que tenham viés mais pedagógico, focado em como o estudante aprende, em quais são as necessidades dele e que levem em conta direitos digitais do estudante, como a proteção de dados”, acrescenta.

A pesquisa mostra que 55% dos professores de escolas rurais que ofereceram aulas de forma remota ou híbrida utilizam um ambiente ou plataforma virtual de aprendizagem e 44% usam um aplicativo da escola, do governo, da prefeitura ou da secretaria de educação. Entre as escolas localizadas em áreas urbanas com educação remota ou híbrida, essas porcentagens são 71% e 54%, respectivamente.

Daniela ressalta que agora é necessário que haja um planejamento de investimento e também de formação, para que a tecnologia possa de fato contribuir para que o Brasil alcance metas e objetivos educacionais.

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Fonte: Canal Rural, Informa Paraiba.

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