Número de estudantes negros, pardos e indígenas sem atividade escolar durante a pandemia é quase o triplo que de brancos

4,3 milhões de alunos não brancos (negros, pardos e indígenas) da rede pública ficaram sem atividade escolar em casa durante a pandemia. Entre os estudantes brancos, foram 1,5 milhão sem atividades, ou seja, as crianças não brancas foram as mais prejudicadas pela falta de atividades escolares em casa. Os dados fazem parte de um levantamento feito do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP) e da Rede de Pesquisa Solidária, com base nas informações da Pnad-Covid do IBGE.

De acordo com o sociólogo responsável pelo levantamento, Ian Prates, os números mostram a desigualdade atual entre brancos e não brancos, mas trazem também uma preocupação com o possível aumento da desigualdade racial para essa geração em fase escolar.

📷 Imagem Ilustrativa | Computerworld

A pandemia piora uma desigualdade que já existia. A pesquisa do IBGE não diz por que essas crianças ficaram sem atividade escolar, mas os pesquisadores veem algumas possibilidades. Entre elas, a de que os estudantes não tiveram atividades escolar em casa porque as escolas não disponibilizaram, ou, porque as famílias dessas crianças não tinham condições de ter uma estrutura que permita que essas crianças façam essas atividade. Um exemplo é a falta de internet nos lares de baixa renda.

Os dados também mostram a desigualdade regional entre os estados do Norte e Nordeste com as do Sul e Sudeste do país.

O estado com maior diferença proporcional entre estudantes brancos e não brancos matriculados sem atividade é o Amazonas, 212.242 não brancos sem atividades, para 28.227 brancos.

Na sequência vem a Bahia, com 742.115 não brancos sem atividades e 120.995 brancas , seguida pelo Amapá 50.256 não brancos sem atividade para 9.310 brancos.

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Fonte: G1

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