Não há nem haverá anistia, diz reitor da USP sobre atos golpistas

Não há nem haverá anistia, diz reitor da USP sobre atos golpistas, aplaudido de pé no salão nobre da Faculdade de Direito da USP, o reitor da universidade, Carlos Gilberto Carlotti Junior, declarou o que todos no ambiente esperavam ouvir: “Não há nem haverá anistia”.

Estava se referindo aos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que, no domingo (8), invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso e o STF (Supremo Tribunal Federal), deixando os prédios vandalizados.

Os oradores ainda solicitaram que seja investigada suposta ação ou omissão de representantes do Poder Público ao longo dos ataques de domingo. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes pediu afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, por 90 dias após relatos de que forças de segurança facilitaram acesso de extremistas ao Palácio do Planalto.

O reitor da Universidade de São Paulo (USP), Carlos Gilberto Calotti Júnior, defendeu que “não há e nem haverá anistia” aos responsáveis. “A depredação da sede dos três poderes da nossa República só serviu para cobrir nossa pátria de vergonha. Estamos aqui para exigir sem meias palavras que os responsáveis pelos crimes de barbárie sejam todos eles, seus financiadores e seus agentes investigados julgados e punidos na forma da lei”, disse. “Os atos terroristas de ontem, bem como sua preparação e financiamento não ficarão impunes”, completou.

Calotti Júnior destacou que o grupo reunido hoje também foi responsável pela leitura de uma carta em defesa da democracia e do sistema eleitoral em 11 de agosto do ano passado, documento que contou com mais de um milhão de assinaturas. O manifesto funcionou como uma reação às investidas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra as urnas eletrônicas. Na capital paulista, participaram dos atos de agosto cerca de 8 mil pessoas.

O texto de uma nova carta lida nesta segunda-feira, disse que “também vem praticando crimes contra o Estado Democrático de Direito aqueles que organizam, financiam ou incitam a tentativa de suprimir nossas instituições democráticas” e pediu que as autoridades “sejam submetidos aos rigores da lei.

📷 Não há nem haverá anistia, diz reitor da USP sobre atos golpistas | G1

Mário Sarrubbo, procurador-geral de Justiça de SP, disse que para o Ministério Público de São Paulo, a depredação do patrimônio público foi realizada por “organizações criminosas que estão procurando subverter a ordem democrática e patrocinar um golpe de Estado”. “Essa é a palavra da instituição. Nosso compromisso é com os deveres que nos foram impostos pela Constituição Federal. Nosso compromisso será com a punição dessa organização criminosa”, pontuou.

A presidente da OAB-SP, Patrícia Vanzolini, defendeu a ação do Supremo Tribunal Federal e pediu a desmobilização imediata de acampamentos bolsonaristas localizados nas portas dos quartéis de diversas capitais do Brasil. “Agora não há mais como fechar os olhos para o fato de que há ali uma organização terrorista voltada para atos de violência real, física. (…) São atos preparatórios para condutas de violência”, afirmou.

Sobre o acampamento em São Paulo, defendeu que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, tem uma obrigação “moral e jurídica” de ter “controle das forças de segurança para ativamente impedir que o mesmo se repita em São Paulo”. Mais cedo, o secretário de Segurança Pública do Estado, Guilherme Derrite, defendeu a desmobilização dos acampamentos “sem uso de força”.

A plateia reagiu diversas vezes às falas das autoridades, com palmas e gritos de “não vai ter golpe, vai ter luta” e “sem anistia”. Um novo ato está marcado para a tarde desta segunda, na Avenida Paulista.

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Fonte: Folha, Estadão.

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