Mulheres ainda são minoria nos espaços da tecnologia

Embora maioria na pós-graduação, mulheres ainda são minoria nos espaços da tecnologia, ainda estão alijadas do mundo Steam — sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática.

Nesse mercado, são apenas 26%. Não por falta de competência, mas de uma série de obstáculos que, na avaliação de Giovanna Machado, vencedora do Prêmio LED com o programa Futuras Cientistas, tem nome: machismo estrutural.

— A caminhada das mulheres na Ciência pode ser mais suave. Para isso, precisamos compreender que essas diferenças existem e estão representadas na forma de barreiras sistêmicas que precisam ser derrubadas — defende Machado. — Queremos mais líderes femininas para a ciência. Em 106 anos da Academia Brasileira de Ciência, só em 2022 tivemos a primeira mulher presidente, Helena Nader.

E, mesmo com todas as desigualdades, brasileiras brilhantes conseguem se destacar. No festival, duas delas se encontraram: Nina da Hora, cientista da computação, pesquisadora, ativista e hacker integrante do conselho de segurança do TikTok; e Laysa Peixoto, graduada em física e astronauta em treinamento, recém-formada pela Nasa.

— Um dos maiores desafios que enfrentei foi crescer em condições que não favoreciam o estudo. Foi difícil acreditar que aquilo que sonhava era para mim. Não me enxergava como cientista ou astronauta. Mas através de outras pessoas, de outras mulheres cientistas que conheci a história e me inspiraram, pude vencer essa descrença em mim e no que eu poderia me tornar — conta Peixoto.

Nina da Hora, aos 26 anos, foi convidada para a Comissão de Transparência das Eleições no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma das mais importantes questões do país em 2022. Para isso, ela conta, abdicou muito da sua vida pessoal e passou longas horas lendo e “sacolejando” nos trens do Rio de Janeiro entre idas e vindas da faculdade e trabalho, que precisou conciliar.

Apesar de representarem globalmente quase a metade da força de trabalho (46,7%), as mulheres ocupam apenas 21% dos empregos em computação. A diferença de gêneros é ainda maior nos níveis hierárquicos mais altos. Dos CEOs das 150 maiores empresas do Vale do Silício, apenas 4,7% são mulheres, exemplificando quão raro é uma mulher se tornar CEO nos Estados Unidos.

Uma pesquisa recente, cujo foco era a diversidade de gênero no Vale do Silício, indica que o tamanho da empresa é um dos fatores mais importantes para a diversidade. Quanto maior a empresa, mais diversificada é sua liderança. Uma das razões é o esforço concentrado existente nessas empresas para ajudar as mulheres a progredir em suas carreiras e a prosperar em um mundo de tecnologia dominado por homens.

Desde 2014, ao abrir os números de sua força de trabalho, empresas como Google e Apple reconheceram o problema e se comprometeram publicamente a aumentar o número das mulheres e das minorias, investindo recursos e criando uma série de programas internos, como um treinamento de vieses inconscientes para toda a liderança.

Além dos esforços internos das empresas, e das iniciativas nacionais e estaduais na Califórnia, existem várias organizações dedicadas a aumentar a diversidade de gênero em tecnologia no Vale do Silício.

Trago neste artigo algumas delas, na esperança de que possam provocar, inspirar e impulsionar uma nova geração de mulheres que tenha a ambição de trabalhar com tecnologia, no Brasil ou no mundo.

📷 Mulheres ainda são minoria nos espaços da tecnologia |

ChIPs: organização sem fins lucrativos que “promove e conecta mulheres em tecnologia, lei e política” e busca “acelerar a inovação por meio de diversidade de pensamento, participação e engajamento”.

Leading Women in Technology: organização sem fins lucrativos que tem a missão de “empoderar mulheres a aumentar suas redes, seu conhecimento e suas habilidades de liderança para maior impacto profissional e pessoal”.

All Raise: organização sem fins lucrativos que trabalha com “todos os membros do ecossistema de startups de tecnologia, incluindo empreendedores, parceiros e aliados” com foco em “conectar iniciativas com resultados para envolver mais mulheres e minorias na fundação e no financiamento de empresas”.

Watermark: a “maior organização de mulheres da Bay Area, representando centenas de executivos seniores, empreendedores e executivos”.

Astia Silicon Valley: organização sem fins lucrativos “dedicada a identificar e promover os melhores empreendimentos de rápido crescimento que incluem mulheres na liderança”.

Instituto Anita Borg para Mulheres e Tecnologia: organização sem fins lucrativos que vislumbra “um futuro em que as pessoas que imaginam e constroem tecnologia espelhem as pessoas e sociedades para as quais a constroem”.

Women 2.0: “uma empresa focada em gênero, diversidade e inclusão nos espaços de tecnologia e startups” por meio de “conteúdo, programação, produtos e serviços”.

A campanha Lean In de Sheryl Sandberg: organização sem fins lucrativos cuja missão é “ajudar as mulheres a alcançar suas ambições e trabalhar para criar um mundo igualitário”.

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Fonte: Yahoo, Revista HMS.

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