‘Marvel’s Avengers’ desvia de desastre anunciado e se salva por muito pouco;

Como um jogo desacreditado, com um período de testes desastroso e um lançamento cheio de problemas consegue se salvar do completo fracasso? “Marvel’s Avengers” parece ter a resposta.

O game multiplayer online estrelado pelos Vingadores saiu no dia 4 para Xbox One, PlayStation 4, Stadia e computadores sob olhares desconfiados.

Mas mantém, pelo menos por enquanto, o mínimo de esperança de conseguir vingar – com o perdão do trocadilho – graças a uma história focada em sua protagonista inesperada e em um sistema de combate empolgante.

Mesmo assim, o enorme carisma da jovem Kamala Khan, a Miss Marvel atual dos gibis, precisa superar defeitos básicos e inacreditáveis para uma produção deste tamanho, e outros desafios que podem ser insustentáveis a longo prazo.

Quem salva os Vingadores?

Apesar de pertencer a um gênero mais parecido com o da série “Destiny”, com grande foco em missões para diversos jogadores online, o RPG de ação de “Marvel’s Avengers” consegue um de seus maiores trunfos em seu modo campanha.

Na história, os Vingadores se separam após serem acusados como culpados por um evento cataclísmico que tirou a vida do Capitão América e destruiu uma cidade inteira.

Em sua ausência, a tirânica organização tecnológica AIM ganhou poderes de fiscalização sobre todos aqueles que têm poderes.

O jogador assume então o controle da jovem Kamala, enquanto ela tenta reunir a equipe e descobre suas próprias habilidades. Com o tempo, é possível assumir também os papéis de Hulk, Viúva Negra, Thor e do próprio Capitão.

Depois da história finalizada, a ideia é que a comunidade continue a reunir a equipe em missões multiplayer, em busca de mais pontos de experiência e equipamentos melhores, com novos heróis e fragmentos de história lançados esporadicamente.

📷 Marvel’s Avengers | Business Insider

Entre ‘Anthem’ e ‘Destiny’

Com a premissa estabelecida, é preciso falar dos inúmeros problemas que acompanham o jogo.

Depois de inúmeras críticas ao período de testes beta, a desenvolvedora Crystal Dynamics, responsável pela série “Tomb Raider” conseguiu acertar alguns detalhes. Esta é a boa notícia.

A ruim é que “Avengers” continua repleto de defeitos inacreditáveis e até um tanto amadores.

Há legendas que não representam o que está acontecendo e personagens que atravessam o chão ou inimigos que não atacam, é impressionante que um jogo anunciado em 2017 e com tamanha projeção ainda tenha falhas assim.

Se isso não fosse o bastante, os tutoriais que aparecem depois das primeiras batalhas não fazem muito sentido, o sistema de evolução e de itens é mal explicado e os “quick time events” (aqueles momentos em que é necessário apertar o botão específico indicado para realizar uma ação) são tão escassos e bobos que parecem uma ideia abandonada no meio do caminho, tão esquecida que o que restou foram apenas os esqueletos do que poderia ter sido.

O fã mais otimista do gênero pode lembrar com esperança que “Destiny” também não teve lá o melhor dos lançamentos em 2014 – mas “Avengers” está longe da qualidade inicial da série.

Como contraponto, também é importante ter em mente o fantasma de “Anthem”, que no começo de 2019 estreou de forma tão apoteoticamente péssima que morreu com o tempo, de certa forma abandonado pela EA.

O jogo da Crystal até tem mais defeitos que sua contraparte robótica, mas fica entre os dois games – mais próximo ao segundo, é verdade – graças à força da marca dos heróis e do carisma de Kamala.

Kamala 2020

A jovem Miss Marvel é com certeza o grande destaque de “Avengers”. Mais do que traduzir o deslumbramento do jogador através de seus olhos, o que a torna o fio condutor perfeito para a campanha, a heroína é também uma das melhores de controlar em ação.

Os combates, aliás, também merecem elogios. Tirando defeitos técnicos, as lutas baseadas em ataques leves e pesados, especiais pulos e até voo são complexas e desafiadoras o suficiente para manterem os jogadores engajados.

Mais que isso, se manifestam de formas bem diferentes em cada um dos heróis. Assim, não só é possível encontrar aquele que melhor se encaixe à sua forma de jogar, também faz com que as futuras adições prometidas ao elenco – o Homem-Formiga é a primeira dela – tenham valor.

No fim, nada disso vai importar muito se a desenvolvedora não der atenção também às missões pós-campanha, principais responsáveis pela vida útil do jogo.

Por enquanto, elas são repetitivas demais para valerem o esforço – que inclui sempre, é preciso ressaltar, a superação dos defeitos técnicos.

Mas se a Crystal mostrar um pouco da perseverança de sua protagonista, ainda há esperança para os Vingadores – além de muito, mas muito trabalho pela frente.

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Fonte: G1

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