Fóssil de criança que viveu há 250 mil anos é encontrado na África do Sul

Ossos encontrados em uma caverna na África do Sul formaram parte de um fóssil atribuído a uma criança, deixado no local há pelo menos 250 mil anos. A estimativa é de que a criança tivesse entre quatro e seis anos quando morreu, tendo ainda todos os dentes de leite.

A descoberta, divulgada hoje pela Universidade Wits, sediada no país africano, é mais um avanço nas pesquisas sobre o Homo naledi, espécie hominídea da Idade da Pedra bem menor que os homens modernos e descoberta há menos de uma década em uma região denominada “Berço da Humanidade”, nos arredores de Joanesbursgo.

Homo naledi é um dos ancestrais humanos mais enigmáticos já descobertos. Ele representa uma espécie que existiu na mesma época em que se acreditava que apenas humanos modernos habitavam a África. Os primeiros restos de um indivíduo desse grupo primitivo foram achados em 2015 e, recentemente, pesquisadores encontraram outra evidência inédita: um crânio parcial de uma criança Homo naledi.

📷 Fóssil de criança que viveu há 250 mil anos é encontrado na África do Sul | G1

O crânio foi visto sozinho, sem nenhuma outra parte corporal por perto, em uma passagem estreita de 15 centímetros de largura e 80 centímetros de comprimento. “Esse foi um dos sítios com fósseis de hominídeos mais desafiadores ao qual tivemos que chegar em Rising Star”, comenta, em nota, Marina Elliott, que esteve nas escavações de 2015 e 2017.

Apesar de difícil, a expedição foi frutífera e recuperou 28 fragmentos de crânio e 6 dentes. “Ao juntarmos o crânio, vimos que não havia partes repetidas e que muitos trechos se encaixavam, indicando que todos eram de uma única criança”, analisa o paleoantropólogo Darryl de Ruiter. O jovem Homo naledi foi nomeado como “Leti”, em referência à palavra “letimela”. De origem sul-africana, a palavra significa “o perdido” em tswana, uma das onze línguas oficiais do país.

A equipe de cientistas ainda especula que outros membros da comunidade de Leti tenham deixado seu crânio lá após algum ritual pós-morte, destacando também que esse costume explicaria a localização de outros esqueletos da espécie Homo naledi no local.

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Fonte: Uol, Revista Galileu.

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