Família de surdos cai em golpe e atendente ajuda a bancar passagens

Uma família de surdos-mudos foi vítima de golpe e ficou sem ter para onde ir após vender tudo o que tinha para ir embora para o Nordeste. Ao chegarem no Aeroporto Internacional de Campo Grande, os pais que tinham vindo do interior de Mato Grosso do Sul descobriram que tinham comprado bilhetes falsos. Com três crianças, eles não tinham mais dinheiro suficiente para embarcar. A história que parecia ser só triste, no fim, mudou com a solidariedade do funcionário de uma empresa aérea, que ajudou eles a prosseguirem viagem.

O caso surreal ocorrido em Campo Grande veio à tona com postagem feita pelo presidente da Azul, John Rodgerson, na sexta-feira (19), elogiando a postura do atendente Raphael Cavaleiro. “O mais surpreendente foi a atitude de um dos nossos tripulantes da base, o Raphael Leiva Cavaleiro, que nos mostra que ao contrário da covardia dos bandidos, há pessoas que pensam no próximo e fazem o bem!”, afirmou o executivo.

De acordo com o agente, uma das filhas do casal, uma garota de 9 anos, foi quem conversou com ele.

Segundo Raphael, o expediente já havia terminado, mas ele continuou o serviço para atender clientes de um voo cancelado. “Eu já tinha finalizado os trabalhos administrativos e um casal me abordou. Eles tinham mais duas crianças de colo e a menina de 9 anos, porta-voz deles. Muito eloquente, ela conversou comigo, disse que estava indo viajar para uma cidade do Nordeste e me entregou o papel dos bilhetes. De cara, quando abri, já desconfiei que era um golpe”, relembrou.

Ao confirmar que realmente não havia reserva no sistema e também o relato da menina, a qual contou que o pai comprou a passagem com um contato da rede social Facebook e a pessoa o bloqueou logo após mandar a foto do comprovante, ele explicou o ocorrido para a família.

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Reconhecimento

Três dias depois, Cavaleiro foi surpreendido com a ligação do presidente da companhia aérea. “Ele estava agradecendo o que eu havia feito e também falei ontem com o CEO das linhas aéreas. Tinha feito tudo de forma bem discreta, falando baixo com eles para não gerar constrangimento, comentei somente com um amigo meu que ajudou a pegar a bagagem. Não imaginava toda essa repercussão”, afirmou.

No entanto, ainda conforme Cavaleiro, a gerência ficou sabendo do ocorrido. Mesmo assim, com 5 anos de experiência, o agente conta que não foi a primeira vez que ajudou pessoas que estavam em situação vulnerável. Diz, entretanto, que nunca divulgou, que sempre preferiu que “as histórias ficassem nos bastidores”, já que a intenção era somente solucionar os problemas.

“Já aconteceu com outras pessoas aqui, de comprarem em sites genéricos. Não é a primeira vez que eu ajudo. Teve um senhor que havia sido sequestrado, vítima do golpe do falso frete e tinha somente a passagem de avião da empresa dele. Levaram até a roupa. Ele tinha um sapato porque o policial havia dado a ele e me mostrou o boletim de ocorrência. Percebi na hora do raio-x e ele confessou que estava 48 horas sem comer. Me emocionei da mesma forma e almoçamos juntos antes dele pegar o voo. São coisas que a gente guarda, jamais esquece”, finalizou.

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Fonte: G1, Midia Max.

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