Dançar é melhor para cérebro de idosos que exercícios, constata estudo

O estudo comparou os efeitos de dois programas de atividades físicas em uma pequena amostra de homens e mulheres saudáveis com idade média de 68 anos recrutada na área da cidade de Magdeburg, na Alemanha, e publicado no periódico científico de acesso aberto “Frontiers in Human Neuroscience”.

Os voluntários foram divididos em dois grupos no experimento: um se submeteu a um treinamento de resistência com exercícios aeróbicos, como pedalar em bicicletas ergométricas e a chamada caminhada nórdica, que une o uso de bastões semelhantes ao de esqui; enquanto o outro se dedicou a aulas de dança demandantes tanto do ponto de vista físico quanto mental, tendo que frequentemente aprender novas coreografias em ritmos como mambo, jazz e danças folclóricas. Ambas práticas tinham duração de 90 minutos, a princípio duas vezes por semana e depois semanalmente.

🎥 Casal de idosos dando um show em concurso de dança | YouTube

“Os exercícios têm o efeito benéfico de frearem ou mesmo reverterem o declínio nas capacidades física e mental que vêm com a idade”, destaca Kathrin Rehfeld, do Centro Alemão para Doenças Neurodegenerativas e da Universidade Otto von Guericke, ambos em Magdeburg, é líder da pesquisa.

“Neste estudo, mostramos que dois diferentes tipos de exercícios físicos, dança e treinamento de resistência, aumentam o volume de uma região do cérebro que diminui com o tempo. Mas, em comparação, só a dança levou a mudanças comportamentais notáveis em termos de melhoras no equilíbrio.” Completou.

📷 Balé | Roberto Moreyra
📷 Balé | Roberto Moreyra

Um problema é que ainda não é possível verificar em humanos se as atividades físicas regulares promoveram a chamada neurogênese – produção de novos neurônios – no hipocampo, como já foi observado em modelos com animais, nem a validade da segmentação desta região do cérebro nas subáreas usada na pesquisa. Mesmo assim, Kathrin aconselha a todos que quiserem se manter ativos e saudáveis tanto física quanto mentalmente a se levantarem e dançarem ao ritmo que mais gostarem.

“Acredito que todos gostariam de viver uma vida independente e saudável mais longa possível. A atividade física é uma prática que pode contribuir para isso ao combater diversos fatores de risco e frear o declínio da idade. E acho que a dança é uma ferramenta poderosa para apresentar novos desafios para o corpo e a mente, especialmente numa idade avançada.” Afirma Kathrin.

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