Bebê é abandonada por ser albina e se torna modelo da Vogue

Assim com em vários outros países da África Oriental, o albinismo é visto com preconceito na China, como se fosse uma maldição. Por essa razão, Xueli foi abandonada pelos pais à porta de um orfanato. O seu aspecto diferente, que a tornou a vítima de abandono familiar, foi aceito de outra forma no mundo da moda.

Ressaltando que a rara anomalia genética causa um défice de pigmentação, o que torna a pele e o cabelo muito claros, sendo estas pessoas extremamente sensíveis à luz solar.

De acordo com a publicação britânica, o orfanato que recebeu Xueli, quando era bebê, chamou-lhe Xue Li (duas palavras que significam “neve” e “linda”).

“Fui adotada quando tinha três anos de idade e fui viver com a minha mãe e a minha irmã nos Países Baixos. A minha mãe disse que não podia imaginar um nome mais perfeito para mim e que era importante eu manter uma ligação com as minhas raízes”, indicou.

“Os meus pais biológicos não deixaram qualquer informação sobre mim, portanto não sei quando é o meu aniversário. Mas há cerca de um ano fiz um raio-X para ter uma ideia melhor da minha idade e os médicos disseram que tinha 15 anos”, acrescentou.

Na altura em que Xueli nasceu, a China ainda tinha a política de um filho por família. Ter um filho albino era considerado uma maldição, sendo estas crianças abandonadas ou mantidas dentro de casa, sendo alvo de enorme preconceito. 

Uma das motivações de Xueli é contribuir para que as pessoas com albinismo possam ser representadas no mundo da moda de forma natural. “As modelos com albinismo são muitas vezes alvo de estereótipo, sendo fotografadas como anjos ou fantasmas e isso deixa-me triste. Especialmente, porque perpetua as crenças que colocam em perigo a vida de crianças com albinismo em países como a Tanzânia ou Malawi”.

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“Comecei a trabalhar como modelo por acaso, quando tinha 11 anos. Minha mãe estava em contato com uma designer que era de Hong Kong. Ela tem um filho com lábio leporino e decidiu que queria desenhar roupas bem estilosas para ele, para que as pessoas nem sempre fiquem olhando para sua boca. Ela chamou a campanha de ‘imperfeições perfeitas’ e perguntou se eu queria participar de seu desfile de moda em Hong Kong. Foi uma experiência incrível.”

Depois disso, foi convidada para algumas sessões de fotos e uma delas foi com o fotógrafo Brock Elbank, em seu estúdio em Londres. Ele publicou seu retrato no Instagram. A agência de modelos Zebedee Talent entrou em contato e perguntou se gostaria de me juntar a eles na missão de fazer com que pessoas com deficiências ou com diferenças sejam representadas na indústria da moda.

Uma das fotos que Brock tirou foi apresentada na edição de junho de 2019 da Vogue Itália, que teve Lana del Rey na capa. Na época, ela não sabia quão importante a revista era e demorou um pouco para perceber por que as pessoas ficavam tão animadas com isso.

“Na moda, parecer diferente é uma bênção, não uma maldição, e isso me dá uma plataforma para aumentar a conscientização sobre o albinismo.”

“A campanha de Kurt Geiger (varejista britânico de calçados e acessórios de luxo) é um ótimo exemplo de como eles me permitem mostrar minha diferença. Eles me permitiram produzir e dirigir as fotos com minha irmã, porque as restrições do coronavírus impediam o fotógrafo de estar no estúdio. Isso permitiu que eu me expressasse da maneira que quisesse e estou muito orgulhosa dos resultados.”

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Fonte: Terra, Notícias ao Minuto.

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